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Paralelo

Por Fabíola Aguiar / AL102

Renan Calheiros na CPI da Braskem não seria um tiro no pé?

Desde que o município de Maceió foi indenizado pelos crimes socioambientais referentes à irresponsabilidade da Braskem, na extração de sal-gema, que levou à desocupação de 5 bairros inteiros da nossa cidade, a turma calheirista tenta encontrar meios para considerar o valor recebido como irregular. O mesmo dizem da compra do Hospital da Cidade, que foi feita com uma parte dessa indenização, para se somar à saúde pública, como importante e necessário equipamento que é. 

Mas não nos parece um tanto quanto oportunista? Sim, por que estamos em vias de uma campanha eleitoral extremamente importante e que pode acabar com os planos de poder da turma do atual governador do estado, Paulo Dantas. Por isso, esse discurso repentino de que “é preciso abrir uma CPI para investigar os culpados e responsabilizá-los...”

Mas a pergunta que não quer calar. Como um senador, Renan Calheiros, que já fez parte do Conselho Diretivo da empresa que será investigada e que recebeu dinheiro para a sua campanha e de seu filho, Renan Filho, quer assumir a relatoria de uma CPI, se ele pode estar mais envolvido que todos os outros? Não seria um tiro no pé? É querer enganar a quem? Estão tentando arranjar um culpado pra negligência de 40 anos? Querem mudar a história? Isso é muito perigoso.

A questão é que passados 6 anos dessa catástrofe, a justiça não culpou criminalmente ninguém pela dor de milhares de famílias que foram obrigadas a desocupar às pressas suas casas. 

Mas querer pagar de “defensor da Lei”, apontando culpados (quando na verdade são adversários políticos), só pra aparecer bem na fita, já não cola e ninguém é bobo, né?

Jana Braga