A sandice dos protestos por intervenção militar
Virou moda manifestantes pontuais clamarem por intervenção militar como se fosse uma saída para o Brasil. Uma tolice tão grande que esquecem que podem ser os primeiros a não poderem mais protestar diante da censura e da força bélica, que ressalte-se já escreveu uma página de terror na história do Brasil.
As forças armadas são constitucionalmente subordinadas supremamente ao presidente da República. Qualquer movimentação para a tomada de poder se caracteriza golpe. Golpe é a ruptura da ordem institucional e do estado de direito. A quebra da democracia e das liberdades.
Os militares são treinados e aperfeiçoados ao longo da carreira para atuarem na defesa da pátria e não para governarem o país. E os riscos são absolutamente visíveis.
O poder fascinante como é cria forte apego. As eleições diretas garantem a alternância dos governantes. Qual dos manifestantes que pedem intervenção militar ousaria se contrapor aos abusos numa eventual ditadura militar? Ou são tolos ao ponto de acharem que lhes devolveriam o poder se insatisfeitos?
A intervenção federal no Rio de Janeiro, que é totalmente diferente de intervenção militar, é um exemplo claro que militares não fazem milagres. Tampouco, são perfeitos e estão propensos aos mesmos erros na condução administrativa.
O papel dos militares é fundamental para o país, mas cada um no seu quadrado. Portanto, não existe Governo militar.
Tempos difíceis que não se consegue detectar se a sandice gera o radicalismo ou se o radicalismo gera a sandice.