Presidente da Câmara dos Deputados é alvo de twittaço por remoção de jornalistas
O início do mandato do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, foi marcado pelo encaminhamento de matérias econômicas e da pandemia; visitas institucionais em Alagoas e uma polêmica: a decisão administrativa que muda o local reservado aos jornalistas que cobrem o dia a dia da casa.
A sala de imprensa, denominada comitê, funciona desde a inauguração do Congresso Nacional, em 1960. Inserida pela obra do arquiteto Oscar Niemeyer, no arrojado projeto da nova capital do país, como espaço estratégico que dá acesso ao plenário Ulysses Guimarães.
A justificativa do presidente é montar o seu gabinete neste local. A determinação desagradou os profissionais da mídia, que terão que se mudar para o subsolo. Parlamentares e entidades também se posicionaram contrários à mudança.
Os jornalistas alegam que a iniciativa é para evitar questionamentos no trajeto do presidente até o plenário, que atualmente precisa passar pelo Salão Verde. Em nota, Arthur Lira disse que “a alteração de espaços dentro da Câmara dos Deputados em nada vai interferir na circulação da imprensa, que continuará tendo acesso livre a todas as dependências, como o cafezinho, o plenário, os corredores, os salões e a própria presidência. O objetivo da alteração é aproximar o presidente dos Deputados, como eu falei em toda a minha campanha."
A ideia não é inédita. Em legislaturas anteriores, outros presidentes da Câmara, Arlindo Chignalia e Eduardo Cunha, tentaram remover o comitê sem sucesso.
A imprensa nacional promoveu um twittaço, uma espécie de mobilização digital pelo Twitter, para pedir que a decisão seja revista. De toda maneira, a informação continuará a ser um bem precioso da cidadania e da democracia.
No entanto, a simbologia no momento em que há um movimento sistemático para descredenciar a história, os fatos e a cobertura política pesa bastante.