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Jana Braga

Por Jana Braga

Arthur Lira passa a ser mais cobrado por solução à crise e inoperância

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, vive seu melhor momento político no quesito poder. Um dos homens mais importantes da República na atualidade, o parlamentar alagoano é o único que pode pautar um dos 130 pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro.

Aliados de ocasião, Lira cumpre sua parte no acordo que selou sua candidatura à principal cadeira da Câmara Federal. Está disposto a colocar em votação (as "tratoradas" são capítulo à parte) matérias da agenda do Governo, que por sua vez não as têm. Está disposto a encabeçar articulações para garantir apoio dos deputados ao Governo, que por sua vez não tem foco. Está disposto a "apagar incêndios" causados pelo presidente, que por sua vez, sistematicamente, provoca crises, crises e mais crises.

O fisiologismo (leia-se influência, cargos e recursos) é o pilar da aliança. Ora, mas Arthur Lira é sabidamente um político articulado e pragmático e na posição que ocupa qualquer um teria que negociar espaço com ele. Certamente, alguém menos vulnerável e mais capaz do que Bolsonaro. Ainda assim, seria uma via de mão dupla.

Enquanto a retórica extremista de Bolsonaro segue em escalada cotidiana, o presidente da Câmara passa a ser mais cobrado sobre o "sinal amarelo" e o "remédio legislativo" citados por ele. E o Brasil real vai sendo impactado de verdade, como disse.

A solução deve lhe causar dúvidas pertinentes às variantes e aos desdobramentos. Também não pode ser um ato voluntarioso.

Mas o problema é certeza.

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